Dois novos Museus entram para a RPM

Saber | Património
  • Data

    07.09.18

O Museu de Santa Maria de Lamas e o Museu da Irmandade dos Clérigos foram credenciados por despacho ministerial de dia 20 de agosto. A DGPC congratula-se com a progressão da RPM, sistema baseado na adesão voluntária, que assim passa a integrar 151 museus oficialmente reconhecidos pela sua qualidade técnica no desempenho das funções museológicas.

Museu de Santa Maria de Lamas

A 5 de março de 1959, o grande industrial da cortiça Henrique Alves Amorim (1902-1977) doou à Casa do Povo da Freguesia de Santa Maria de Lamas um edifício e todo o seu recheio, que o próprio designava por “museu”. Este museu, popularmente conhecido como Museu da Cortiça, foi construído de raiz e organizado consoante a ordem de aquisição dos bens, tendo-se criado um espaço repleto de objetos muito diversificados, dispostos por proveniências ou afinidades estilísticas que, conceptualmente, não estava longe dos clássicos Gabinetes de Curiosidades.

Desde 1977, ano da morte de Henrique Amorim, e até 2004, o museu permaneceu quase sem atividade, apresentando problemas de desadequação face às exigências da ciência museológica. Em 2004, deu-se início a um novo capítulo na história do museu, mediante o estabelecimento de um Protocolo com a Universidade Católica Portuguesa - Centro Regional do Porto, que visava o conhecimento e avaliação do seu espólio através da inventariação e diagnóstico do estado de conservação das peças do acervo, a implementação das necessárias medidas de conservação preventiva e curativa, a reorganização expositiva, a definição de públicos e a adoção de um plano de divulgação.

O Protocolo terminou em 2005 e desde então procedeu-se à criação de um quadro técnico por forma a implementar o Plano Museológico desenvolvido no seu âmbito. Foram feitas obras de requalificação museológica e museográfica e de beneficiação de todo o edifício.

Museu da Irmandade dos Clérigos

O Museu da Irmandade dos Clérigos é tutelado pela Irmandade dos Clérigos, associação de fiéis fundada para exercer obras de piedade e de caridade, tendo sido a sua constituição aprovada em 1710.
A Igreja e a Torre dos Clérigos integram uma edificação do século XVIII (1753-1763), de risco do arquiteto italiano Nicolau Nasoni (1691-1773), de inspiração tardo-barroca. São um imóvel classificado como Monumento Nacional através do Decreto de 16 de junho de 1910.

Em 2013, no âmbito das comemorações dos 250 anos da conclusão da construção da Torre (1763-2013), deu-se início a uma intervenção de restauro e recuperação de todo o conjunto edificado e do património móvel e integrado, com o fim de criar melhores condições de acolhimento e receção dos muitos visitantes, como também de tornar acessível ao público o seu espólio.

O projeto, de autoria do Arquiteto João Carlos Santos, foi um dos vencedores do Prémio Europa Nostra 2017 - Conservação do Património Cultural Europeu. Em 2016, os Clérigos haviam já conquistado dois importantes Prémios nacionais para a melhor intervenção de restauro e de reabilitação do Património Cultural - Prémio Vilalva da Fundação Calouste Gulbenkian e uma Menção Honrosa no Prémio IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana para a melhor intervenção de restauro de uso impacto social.

O Museu da Irmandade dos Clérigos congrega assim as duas vertentes de espaço de interpretação de um monumento icónico para a cidade do Porto e de espaço de exposição de um vasto e heterogéneo património integrado e móvel. A estratégia museográfica seguida teve por objetivo primeiro a integração da tradicional visita à Torre na fruição de todo o conjunto arquitetónico e do seu património integrado e móvel, enriquecendo deste modo a experiência de visita e ajudando na compreensão do espaço e da história da Irmandade.

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