Abrantes

Igreja de São Vicente

Monumentos | Património

A primitiva igreja de São Vicente foi fundada em 1149, depois da tomada do castelo da vila de Abrantes por D. Afonso Henriques, sendo o seu orago dedicado ao mártir lisboeta. Em 1179, depois de um cerco do exército mouro que arrasou a vila, o templo, que era sede de paróquia, seria reconstruído.

Em 1565 o Bispo da Guarda, D. João de Portugal, convocava Sínodo Provincial, e como quatro anos depois a primitiva igreja se encontrava em ruínas, D. Sebastião ordenou ao Corregedor de Tomar que procedesse à sua reedificação. A obra da nova igreja seria iniciada em 1569, empregando oficiais dos estaleiros do Convento de Cristo de Tomar, como foram os casos de Francisco Lopes e Pedro Antunes, responsáveis pela edificação das capelas laterais.

Em 1595 a obra ficaria a cargo do arquiteto militar Mateus Fernandes, que possivelmente só terminaria o projeto do novo templo em 1605, data em que a sede de paróquia, que desde 1569 transitara, primeiro, para a ermida de Santa Catarina, hoje com a invocação de São Lourenço, e depois para a ermida de Santa Iria, voltava para São Vicente e a nova igreja abria ao culto.

A igreja possui planta longitudinal composta por nave retangular, com dois corpos laterais, capela-mor, capelas laterais e sacristias anexas. A fachada principal está ladeada por dois torreões, vazados no primeiro registo por arcos plenos, sendo o da direita rematado por torre sineira com coruchéu azulejado, e o do lado oposto apenas por sineira.

O pano central da fachada, dividido em dois registos, apresenta portal em arco pleno, inserido em estrutura retabular, num modelo que deriva das fachadas-retábulo elaboradas por Nicolau de Chanterenne e João de Ruão e que a arquitetura maneirista adota como suas, depurando-as da decoração ornamentalista dos mestres renascentistas e imprimindo-lhes formas depuradas de gosto classicista.

O programa decorativo do portal consta da utilização de duas ordens arquitetónicas na sua estrutura: no primeiro registo, na delimitação do portal, a ordem jónica, no segundo registo, ladeando a janela e os nichos a ordem coríntia. Sobre o portal foi rasgado um óculo. A fachada é rematada em empena, com pináculos.

O espaço interior do templo reparte-se em três naves de alturas diferenciadas com seis tramos divididos por arcos assentes em colunas toscanas; ao fundo, o coro-alto coberto por abóbada de cruzaria de ogivas rebaixada. As naves são cobertas por abóbada de berço de caixotões.

Cada uma das naves laterais possui três altares de pedra maneiristas, elaborados entre 1584 e 1591, possuindo alguns retábulos de pedra provenientes de oficinas de Tomar. São revestidas de painéis de azulejo seiscentistas azuis e amarelos, com representações de temática vicentina. A capela-mor, coberta também por abóbada de caixotões, tem ao centro retábulo de talha com crucifixo de pousar indo-português na tribuna.

A igreja de São Vicente de Abrantes possui um modelo que, combinando a austeridade das formas com o espaço pensado de forma unitária, demonstra uma harmonia espacial e estrutural a denunciar a influência da arquitetura de cariz militar. A esta junta-se o decorativismo de inspiração flamenga, aplicado em elementos como os pináculos que rematam superiormente o pano da fachada e as torres do templo.

Fonte: DGPC

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