Igreja paroquial de provável fundação medieval, como sugere o recurso às três naves escalonadas, a qual permite a introdução de clerestório e a iluminação direta dos espaços internos, sendo as coberturas das naves de madeira e a cabeceira com abóbada de nervuras, de dois tramos, aplicada a uma capela facetada.
Foi reformada no séc. 16, com a introdução de um portal e arco triunfal em cantaria lavrada, de linguagem erudita, de inspiração clássica, sendo possível que, nesta data, tenha surgindo uma nova fachada do tipo fachada-torre. O portal e o arco triunfal são os elementos de destaque neste imóvel, ornados por grotesco e atribuíveis à autoria de João de Ruão.
No séc. 17, sofre nova intervenção, certamente para adaptação às novas normas tridentinas, sendo rasgadas novas janelas, destacando-se o efeito de pórtico em tabela na que se rasga sobre o portal axial, colocadas ou reformadas as portas travessas.
O interior é decorado com azulejos de padrão, do tipo tapete, interrompido por painéis de azulejo figurativo, com cenas do Antigo e Novo Testamentos e é introduzido o púlpito, adossado à coluna, hoje amputado do seu primitivo suporte, em forma de coluna.
O sepultamento no local do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Manuel origina obras na capela-mor, com a introdução de um túmulo simples, do tipo arca, envolvido por decoração tardo-barroca, e um novo retábulo-mor, removido durante as obras de restauro puristas, levadas a cabo pela DGEMN. É possível que, neste período, tenham sido construídas as duas alas que ladeiam a fachada principal, atualmente abrindo para o adro por arcos de volta perfeita, mas que tinham os arcos parcialmente entaipados, rasgados por duas portas de verga reta, bem como tenha ocorrido a ampliação das janelas.
Interior com pequeno coro-alto sobre o endo-nártex formado pela torre e batistério em corpo adossado ao lado do Evangelho. Nos topos das naves, altares simples, onde existiram capelas retabulares, removidas no séc. 20.
Fonte: DGPC