O Mosteiro de Cete, ou S. Pedro de Cete, no vale do rio Sousa, é um testemunho tardio da arquitetura românica do Entre Minho-e-Douro.
Iniciado por meados do século XII — embora alguma tradição aponte que tenha sido fundado no século IX, a crer no que pretensamente se atesta num documento do ano de 882 citado por Jorge Rodrigues (Rodrigues, 1995, p. 245) –, é um vasto templo que se ergueu por iniciativa dos beneditinos cluniacenses e que, no início do século XIV, ainda era objeto de uma campanha ao nível da abside, atestável no tipo de frestas, similares às de Paço de Sousa.
A solidez volumétrica da construção, de óbvia sugestão bélica, bem patente na torre ameada e nas escassas frestas, permanece como memória dos sucessivos ataques e devastações a que o mosteiro foi sujeito.
Após uma reconstrução efetuada em finais do século X, o mosteiro conhecerá, ao longo dos séculos XII e XIII, uma época de paz, conquistando independência tutelar entre 1121-1128 e concretizando ainda um sólido florescimento patrimonial nos primórdios da fundação do território nacional.
Das reconstruções efetuadas por intervenção do abade Estevão I em inícios do século XIV resulta a permanência do traço românico da igreja, que se mantém até hoje; contudo, os elementos estruturais mais antigos remontam ainda ao século XII e estão perfeitamente documentados na simplicidade decorativa do tímpano no portal sul do mosteiro.
Fonte: DRCN