A cidade de Elvas foi primeiramente conquistada aos mouros no reinado de D. Afonso Henriques, em 1166, e perdida de novo, para ser definitivamente integrada em território português em 1226, com o auxílio dos cavaleiros da Ordem de Santiago. A fundação da igreja de São Pedro constitui uma das mais antigas da cidade, datando ainda do século III. Porém, da traça primitiva resta apenas o portal, de transição românico-gótico, já que o templo foi sucessivamente restaurado nos séculos XVII, XVIII e XIX. Implanta-se na rua da mesma denominação, muito íngreme, em pleno centro histórico.
A fachada é baixa e larga, datando da intervenção setecentista. É rasgada pelo belo portal medieval em granito, em arco quebrado, com três arquivoltas assentes em capiteis lavrados, com temas zoomórficos, e colunelos lisos. Ao portal acede-se por uma escadaria destinada a vencer o desnível do terreno, de fatura já moderna, que fica à face da rua na cota mais alta, e possui seis degraus na cota mais baixa. Sobre o mesmo portal abra-se uma janelinha de verga reta, enquadrada pelo frontão que remata a fachada, contracurvado, e realçado por cimalha pintada de ocre.
Ao centro eleva-se a cruz, e nos cunhais duas urnas sobre acrotérios. Como detalhe interessante, refira-se a existência de pedras aparelhadas no cunhal Sul da fachada, e de outra fiada semelhante no enfiamento da ombreira do portal, do mesmo lado, que parecem ser os vestígios de uma desaparecida torre sineira, certamente mais tardia do que o portal, mas anterior à intervenção de Oitocentos.
A atual sineira é coberta por cúpula cónica. O interior da igreja é de três naves, distribuídas em quatro tramos, e cobertas por abóbada redonda. Sobre o zimbório da capela-mor existe um lanternim.
Fonte: DGPC